Os loucos e os heróis
Diante de tamanha exigência do matrimônio cristão, somente dois tipos de pessoas se atrevem a se casar: os loucos e os heróis. O louco casa-se para ser feliz, na ilusão de que a outra pessoa, limitada e imperfeita, poderá saciar a ele, que foi criado para o infinito e a eternidade. O herói renuncia a si mesmo e casa-se para fazer o outro feliz. Imitando a Cristo crucificado, esvazia-se de tudo, até da água e do sangue do seu coração. Não pensa em ser servido, mas em servir e dar a vida (cf. Mc 10,45). Obviamente, os cônjuges são chamados não à loucura, mas ao heroísmo. Não é à toa que Cristo elevou o matrimônio à dignidade de um sacramento, ou seja, um sinal sensível que comunica a graça que significa. Somente com a graça divina, os cônjuges podem ser fiéis a tão sublime vocação e missão.