Pureza do coração segundo Papa JPII

13 08-2012
Pureza do coração segundo Papa JPII

Trecho da homilia do Papa JPII

Hoje a Liturgia da Igreja recorda o Coração Imaculado da Bem-aventurada Virgem Maria. Dirigimos o nosso olhar para Maria que, cheia de solicitude e de preocupação, procura Jesus perdido durante a peregrinação a Jerusalém.

(…) A Sagrada Escritura é uma grande lição sobre o tema desta procura e deste encontro de Deus. Apresenta-nos numerosas e magníficas figuras daqueles que procuram e que encontram Deus. Ao mesmo tempo, ensina como o homem deveria aproximar-se de Deus, que condições deveria satisfazer para encontrar este Deus, para o conhecer e unir-se a Ele.

Uma destas condições é a pureza do coração. De que se trata? A este ponto tocamos a própria essência do homem o qual, em virtude da graça da redenção realizada por Cristo, readquiriu a harmonia do coração perdida no paraíso por causa do pecado. Ter um coração puro significa ser um homem novo, restituído à vida em comunhão com Deus e com toda a criação pelo amor redentor de Cristo, reconduzido à comunhão que é o seu destino originário.

A pureza do coração é, antes de mais, um dom de Deus. Cristo, ao doar-se ao homem nos sacramentos da Igreja, insere-se no seu coração e ilumina-o com o «esplendor da verdade». Só a verdade, que é Jesus Cristo, é capaz de iluminar a razão, de purificar o coração e de formar a liberdade humana. Sem a compreensão e a aceitação a fé extingue-se. O homem perde a visão do sentido das coisas e dos acontecimentos, e o seu coração procura a satisfação onde nã a pode encontrar. Por isso, a pureza do coração é, em primeiro lugar, a pureza da fé.

Com efeito, a pureza do coração prepara para a visão de Deus face a face nas dimensões da felicidade eterna. Acontece isto, porque já na vida temporal os puros de coração são capazes de entrever em toda a criação o que é de Deus. São capazes, num certo sentido, de revelar o valor divino, a dimensão divina, a beleza divina de toda a criação. A bem-aventurança do sermão da montanha, duma certa forma, indica-nos toda a riqueza e beleza da criação e exorta-nos a saber descobrir em cada coisa o que provém de Deus e o que conduz a Ele. Por conseguinte, o homem carnal e sensual deve ceder, deve deixar o lugar ao homem espiritual, espiritualizado. É um processo profundo, em união com o esforço interior. Ele, apoiado pela graça de Deus, dá frutos maravilhosos.

A pureza do coração é, portanto, dada ao homem como tarefa. Ele deve constantemente assumir a fadiga de se opor às forças do mal, às que pressionam do exterior e às que agem do interior, que o querem afastar de Deus. E, desta forma, no coração do homem combate-se uma luta incessante pela verdade e pela felicidade. Para vencer esta luta, o homem deve dirigir-se a Cristo. Só será capaz de vencer se estiver corroborado pela Sua força, pela força da sua Cruz e da sua ressurreição. «Ó Deus, cria em mim um coração puro» (Sl 50[51], 12), exclama o Salmista, consciente da debilidade humana, porque sabe que para ser justo perante Deus, só o esforço humano não é suficiente.

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