Quando sentimos o peso da nossa miséria
Santa Margarida Maria de Alacoque, em trecho do livro: “A arte de aproveitar as próprias falhas”
“Se eu estivesse no vosso lugar, haveria de consolar-me assim. Diria ao meu Deus com confiança: ‘Senhor, eis uma alma que está no mundo para que exerçais a vossa admirável misericórdia. Há almas que Vos glorificam com a sua fidelidade e constância, revelando a eficácia da vossa graça, a vossa doçura e liberalidade para os que Vos são fiéis; eu Vos glorificarei dando a conhecer como sois bom para com os pecadores, como a vossa misericórdia supera toda maldade, como nada é capaz de esgotá-la, e como nenhuma recaída, por mais vergonhosa e criminosa que seja, deve levar um pecador ao desespero. O vosso inimigo e meu estende-me cada dia novos laços, mas será em vão, porque me fará perder tudo menos a esperança que tenho na vossa misericórdia: ainda que caísse cem vezes, ainda que os meus crimes passassem a ser cem vezes mais horríveis do que o são hoje, continuaria a esperar em Vós.’ Depois disso, parece-me que não me custaria esforço algum nada do que pudesse fazer para reparar a minha falta e o escândalo que tivesse dado… e voltaria a começar a servir a Deus com mais fervor do que antes, e com a mesma tranquilidade que teria se nunca o tivesse ofendido”.