Hoje em dia não existem livros que tratem da modéstia, e muitas pessoas que escrevem sobre o assunto só terminam por confundir mais e mais as mulheres e os homens católicos por meio de muitos sofismas, de suas transigências com o mundo ou, até mesmo, por meio de sua total aceitação dos princípios mundanos.
Os últimos Papas (antes do Vaticano II) publicaram, seguidamente, diretrizes a respeito da modéstia cristã, bem como a refutação de muitos destes erros.
Para isso Cristo estabeleceu à Sua Igreja a suprema autoridade de ensinar, de proteger dos erros, corrigir o clero, os professores e os pais que, intencionalmente ou em boa fé, propagarem erros.
Qualquer um que, atualmente, ouse defender os princípios da modéstia cristã tradicional é considerado, mesmo por um grande número de “católicos”, como uma pessoa escrupulosa, um criador de consciências problemáticas ou como um louco. Mas Cristo não disse que este é o preço que os Seus seguidores deveriam pagar diariamente se quisessem ser leais à Sua Igreja?
Apresentaremos Maria como o perfeito modelo para todos os cristãos baseando no Magistério da Igreja, nos Santos, em revelações privadas e nos verdadeiros Papas, que são a autoridade suprema de ensino na Igreja sobre modéstia.
Há algum motivo especial para enfatizar a Pureza e a Modéstia?
Sim. O Papa Pio XII disse que “é principalmente por meios dos pecados de impureza que as forças das trevas subjugam as almas”. Esta mesma mensagem foi dada por Nossa Senhora em Fátima com palavras semelhantes: “Os pecados que mais arrastam almas para o Inferno são os pecados da carne.”
Seguindo o desprezo pela prática da modéstia, a impureza se tornou a paixão que domina o mundo. É como um câncer espiritual que corrói lentamente a vida espiritual das almas. Ela levou o mundo para o lamaçal de umas novas Sodoma e Gomorra, desta vez em escala mundial. Estamos vivendo a “maior catástrofe desde o Dilúvio.” – (Pio XII)
Por que Castidade e Modéstia são repetidamente unidas? Por acaso significam a mesma coisa?
Castidade significa controle do instinto sexual, ou fazer com que o apetite sexual esteja de acordo com os sexto e nono mandamentos: Não cometerás adultério; Não cobiçaras a mulher de teu próximo. Modéstia, por outro lado, é a guardiã da castidade. É frequentemente comparada a uma muralha que nos protege a nós mesmos e aos outros contra os frequentes ataques feitos contra a castidade.
Como uma pessoa pratica a Modéstia?
Há uma modéstia pessoal e uma modéstia social. A modéstia pessoal está relacionada principalmente com o estrito controle sobre seus próprios sentidos, especialmente os olhos, os quais são chamados principalmente de as janelas da alma.
Assim, uma pessoa modesta não permitirá desnecessariamente que seus olhos contemplem outra pessoa, uma pintura, uma história em quadros ou qualquer outro objeto que seja capaz de induzir pensamentos maus ou impuros em sua mente ou imaginação. Pois são coisas que, quando vistas deliberadamente, conduzem naturalmente a sensações impuras e ao desejo de atos desonestos. As mesmas regras são válidas para os ouvidos, os quais devem ser fechados para as canções imorais ou sugestivas, para as conversas sujas, etc. Do mesmo modo para os outros sentidos do tato, do paladar e do olfato.
A Imodéstia é um Pecado?
Claro que é um pecado, ao contrário do pensamento e do desejo de algumas pessoas que tentam inventar uma imodéstia isenta de pecado. A remoção da muralha da modéstia é a admissão do Inimigo e da impureza. A fraqueza desta muralha o convida a entrar. A imodéstia pessoal tem, por sua própria natureza, a capacidade de ser mortalmente pecaminosa. Ela pode ser um pecado venial se a imodéstia não for séria, não sendo, deste modo, um perigo sério à pureza de alguém no que diz respeito aos seus pensamentos, desejos, palavras ou ações.
O que se quer dizer com Modéstia Social?
Modéstia social pode ser definida como a virtude que procura proteger a castidade de outras pessoas, ou ao menos busca não colocá-las em risco. É sempre cuidadoso evitar qualquer coisa que busque gerar maus pensamentos e desejos em outros, ou a levá-los a ações pecaminosas.
A modéstia social exige adornos decentes na presença dos outros, e mesmo em casa; exige evitar toda familiaridade indevida, especialmente com pessoas do sexo oposto, olhares, palavras e gestos sugestivos, etc.; e, em geral, uma prudente reserva na aparência e no comportamento geral.
A Imodéstia Social é, do mesmo modo, pecaminosa?
Novamente, há aqueles que tentam excusar de pecado se não há má intenção unida à imodéstia social. Assim, não vêem nada de errado usar um vestido imodesto quando somente se tem a intenção de andar na moda. Sim, a imodéstia social é errada, e pode ser seriamente pecaminosa. Pois, neste caso, outro mandamento está envolvido: a lei da CARIDADE.
Sem levar em conta as intenções de alguém, existe a obrigação de consciência de evitar tentações desnecessárias aos outros por meio de tal imodéstia, seja pela vestimenta, seja por outro meio.
Ela é um pecado MORTAL ou VENIAL?
Se alguém tem a intenção de tentar a outros pela imodéstia, é sempre um pecado mortal, não importa quão pequena a imodéstia possa ser. Quando esta má intenção não se encontra presente, devem ser aplicadas as mesmas regras que são utilizadas para a imodéstia pessoal: uma imodéstia séria, que cause sérias tentações a alguém, constitui um pecado mortal; se não é séria, é pecado venial.
A imodéstia social é classificada entre os pecados de escândalo. Não somente um escândalo sério ou grave é pecado mortal, mas é algo muito grave. Isto se prova pelo terrível “ai” pronunciado por Jesus contra os escandalosos, e esta terrível condenação:
“Melhor lhe fora que uma pedra de moinho lhe fosse posta ao pescoço e o lançassem ao mar” (S. Marcos IX, 42).
“Quantas jovens há que não vêem nenhuma má ação ao seguirem certos estilos vergonhosos, como se fossem ovelhas. Elas certamente corariam se pudessem adivinhar a impressão que causam e os sentimentos que produzem naqueles que as vêem. Não vêem elas o mal que resulta do excesso em certos exercícios de ginástica e nos esportes que não são desejáveis às moças de virtude? Que pecados são cometidos ou provocados por conversações que são muito livres, por apresentações imodestas, por leituras perigosas. Ah, quão relaxadas se tornaram as consciências, quão pagã a moral!” (Pio XII, 17 de julho de 1954).