SOBRE A MODÉSTIA DO CORPO

17 12-2021
SOBRE A MODÉSTIA DO CORPO

 

via @sacratissimirosari
 
Para mortificar o corpo, comecemos por observar perfeitamente as regras da modéstia e urbanidade; nisto se encontra abundante matéria de mortificação. O princípio, que nos deve servir de regra, é o de São Paulo: “Não sabeis que os vossos corpos são membros do Espírito Santo que reside em vós? Nescitis quoniam corpora vestra membra sunt Christi?… Membra vestra templum sunt Spiritus Sancti” (1 Cor 6, 15,19).
 
 
É mister, pois, respeitar o nosso corpo como um templo santo, como um membro de Cristo. Nada desses trajes mais ou menos indecentes, que são feitos senão para provocar a curiosidade e a volúpia. Cada qual traga o vestido reclamado pela sua condição, simples e modesto, mas sempre asseado e decente. Nada mais ponderado que os conselhos de São Francisco de Sales a este propósito.
 
“Sede asseada, Filotéia, e nada haja em vós destoante e mal posto… mas fugi o mais possível das vaidades e afetações, das curiosidades e loucuras. Propendei sempre, quanto for possível, para a parte da singeleza e modéstia, que sem dúvida é o maior adorno da formosura e a melhor desculpa da fealdade… As mulheres vãs fazem duvidar da sua castidade; pelo menos, se a têm, não transparece entre tantas superfluidades e bagatelas”.
 
 
A compostura do porte é igualmente uma excelente mortificação ao alcance de todos. Evitar com cuidado as posições moles e efeminadas, conservar o corpo direito sem violência e afetação, nem curvado nem inclinado para um lado ou outro; nem mudar com demasiada frequência de posição; não cruzar nem os pés nem as pernas; não se apoiar indolentemente na cadeira ou sobre o genuflexório; evitar os movimentos bruscos e os gestos desordenados: eis aqui, entre centenas de outros, meios de nos mortificarmos sem perigo para a saúde, sem atrair as atenções, os quais nos dão sobre o próprio corpo grandíssimo domínio.
 
 
Fonte: A vida espiritual explicada e comentada • Padre Adolph Tanquerey
 
Pintura: por volta de 1880 | por Bertalan Székely | Retrato de Zseni Székely | Gábor Kovács Collection

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