04
10-2012
Direção das almas
Trecho do livro “A arte da direção das almas”
“A falta de direção leva a alma, aliás, cheia de boa vontade e talvez de ótimas disposições para a virtude, a uma piedade, como vemos, piegas, enfezada, míope e ridícula, que mais não é do que a ficção da piedade, pois que fundada num labor meramente humano. O que não admira: os efeitos são da natureza da causa, a qual, no caso, são os preconceitos, as ilusões, a vontade própria, o egoísmo, etc., isto é, a natureza humana, dominada não pela graça, mas pelas tendências más e pelas falsas sugestões. Ao passo que a alma bem dirigida começa a viver vida sobrenatural e divina; desprende-se da terra e de si mesma, porque mais do que a criatura a cativa o Criador, bem supremo, vence, em conseqüência, as paixões perversas, vê o seu nada e humilha-se, só sente boa, santa e inefável a vontade santíssima de Deus, e, quanto mais confunde o seu querer, sentir e aspirar com o beneplácito divino, tanto mais se une com Ele, tanto mais O ama e goza, tanto mais se santifica e adquire a evolução perene do seu ser.
Para isso, é evidente, deve o Diretor ser homem de Deus, no sentido estrito e absoluto da palavra, e conhecedor consumado dos trâmites e caminhos que o Senhor usa seguir com os que criou para O conhecer, amar e servir nesta vida e finalmente possuir perenemente na eternidade. Eis para coadjuvar em tão rude, como nobre empresa, o presente volume. Seja ele de eficaz auxílio aos meus colegas no sacerdócio e beneficiem tantas almas, sedentas de luz e de formação interior, que têm direito incontestável aos nossos esforços e ao impulso vigoroso duma direção sábia, prudente, firme e caritativa.”