Minha avó, a vida na roça e os pais de hoje

17 06-2012
Minha avó, a vida na roça e os pais de hoje

Minha avó materna viveu até os 10 anos na roça. Sua mãe teve 15 filhos dos quais 5 sobreviveram. Quando seu pai faleceu sua mãe e seus filhos foram para o Rio de Janeiro para sobreviver. As histórias que ela conta de sua vida enquanto morava na roça são sempre muito significativas e cheias de sabedoria.

O café da manhã na roça era uma “festa” dizia ela. Eles acordavam cedo e enquanto sua mãe torrava o café os irmãos iam tirar leite dos cabritos e outros já davam comida para as galinhas. Era um café bem reforçado pois o trabalho era árduo. Árduo e feliz. Eles comiam cuscuz de milho feito na hora e não havia tempo para o ócio pois cada um tinha uma tarefa a realizar. As meninas ajudavam a mãe, colhiam o feijão, limpavam o quintal e os meninos iam para o campo. Eles não trabalhavam como os trabalhadores do meu avó, de forma pesada, mas faziam o que era próprio para sua idade.

Para incentivar a responsabilidade dos filhos cada um deles ganhava um pedaço de terra para plantar e cuidar. Cada um, contava minha avó, tinha muito zelo por este pedaço de terra e pelo animal que lhes era dado e quando chegava o tempo da colheita eles vendiam os frutos da terra e iam comprar doces, no próprio armazém do pai. Quanto ensinamento para os pais de hoje, que numa contradição dão tudo de mãos beijadas para os seus filhos mas não lhe dão o seu tempo e nem tarefas que lhe exigem responsabilidade. Os mimam tanto que são eles que mandam nos pais, que se tornam marionetes em suas mãos. Com este pedaço de terra e o trabalho necessária para dar frutos, meus avós estavam ensinando “como é a vida” para seus filhos, nas palavras da minha avó.

É preciso escutar estas histórias da minha avó uma e outra vez para aprendermos com estes pais o que é educação. Eles não tinham faculdade nem mestrado mas dão 10 a 0 nos estudiosos e educadores de hoje. Um artigo de uma revista cristã chega a dizer para os pais “saírem de cena” e deixarem os filhos tomarem conta! Que inversão de valores e papéis. Quando vemos tanta apatia nos jovens de hoje, preguiça para levantar e pegar um copo d’ água  e prontidão para responder seus pais e avós temos que tomar vergonha na cara e questionar se estamos criando pessoas, ou verdadeiros monstros.

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