Carta do Papa às Famílias

11 06-2012
Carta do Papa às Famílias

A Carta às Famílias do Papa João Paulo II é um tesouro escondido. Nela, o Papa analisa a sociedade atual e oferece uma luz. A solução estaria em redescobrir o “grande mistério” que foi revelado para nós na doação total do Esposo, Nosso Senhor Jesus Cristo. A partir do seu Amor, reconheceremos que somente a união estável, fiel, livre e fecunda de um homem e uma mulher pode transformar a nossa cultura da morte em Cultura da Vida. Casais que tenham assim plena consciência do que significa o sagrado matrimônio e por tanto, a constituição de uma família são os protagonistas, silenciosos, de uma verdadeira revolução do amor. Com certeza vale a pena ler toda a carta, aqui alguns trechos:

“A separação entre espírito e corpo no homem teve como consequência a afirmação da tendência a tratar o corpo humano não segundo as categorias da sua específica semelhança com Deus, mas segundo aquelas da sua semelhança com todos os outros corpos presentes na natureza, corpos que o homem utiliza como material para a sua actividade destinada à produção de bens de consumo.

Mas facilmente todos se podem dar conta de quanto a aplicação ao homem de tais critérios esconda realmente enormes perigos. Quando o corpo humano, considerado independentemente do espírito e do pensamento, é utilizado como material ao mesmo nível do corpo dos animais, – como sucede, por exemplo, nas manipulações sobre os embriões e os fetos – inevitavelmente caminha-se para um terrível descalabro ético.

Numa tal perspectiva antropológica, a família humana está a viver a experiência de um novo maniqueísmo, no qual o corpo e o espírito são radicalmente contrapostos entre si: nem o corpo vive do espírito, nem o espírito vivifica o corpo. Assim o homem deixa de viver como pessoa e sujeito. Apesar das intenções e declarações em contrário, torna-se exclusivamente um objeto. Assim, por exemplo, esta civilização neo-maniqueísta leva a olhar a sexualidade humana mais como um campo de manipulação e desfrutamento, do que a olhá-la como a realidade geradora daquele assombro primordial que, na manhã da criação, impele Adão a exclamar à vista de Eva: «É carne da minha carne e osso dos meus ossos» (cf. Gn 2, 23). É o mesmo assombro que ecoa nas palavras do Cântico dos Cânticos: «Arrebataste o meu coração, minha irmã, minha esposa! Arrebataste o meu coração com um só dos teus olhares» (Ct 4, 9). Como estão distantes certas concepções modernas da profunda compreensão da masculinidade e da feminilidade oferecida pela Revelação divina! Esta leva-nos a descobrir na sexualidade humana uma riqueza da pessoa, que encontra a sua verdadeira valorização na família e exprime a sua vocação profunda mesmo na virgindade e no celibato pelo Reino de Deus.”

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